No ataque à invasão de fazenda promovida por indígenas em MS, parlamentar criticou ocupação em discurso na Assembleia e, agora, atacou secretário-executivo de ministério de Lula, favorável ao manifesto.
Deputado estadual José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT, que na semana passada fez discurso na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul manifestando-se relutante à invasão de uma fazenda situada na cidade de Rio Brilhante, a 160 quilômetros de Campo Grande retomou o assunto, neste fim de semana, ao atacar o parecer de Eloy Terena, o secretário executivo do Ministério dos Povos Indígenas, apoiador do ato dos índios guarani-kaiowá.
Zeca disse que o secretário do ministério estaria agindo com “irresponsabilidade” ao concordar com o manifesto dos indígenas.
Para o ex-governador de MS, os guarani-kaiowá estariam incorrendo num erro ao ocupar a fazenda do Inho, de 300 hectares, em Rio Brilhante, por não existir nem sequer um estudo antropológico indicando que a área pode ser propriedade dos indígenas.
Para o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), entidade que defende as causas dos índios, ligada à Igreja Católica, há, sim, uma pesquisa em andamento apontando indícios que a terra pode ser dos indígenas.
Zeca do PT, que repete sempre em discurso ou debates acerca do assunto, ser favorável à demarcação das terras indígenas, afirmou na Assembleia Legislativa, semana passada, que não vai apoiar o manifesto dos indígenas em Rio Brilhante.
“Não contem comigo”, afirmou logo depois de citar que a área em questão é produtiva e estaria fora da relação de fazendas que poderia, depois de estudo antropológico, ser legitimada como terra indígena.
A fazenda do Inho, área de aproximados 300 hectares reocupada na semana passado por indígenas da etnia Guarani-Kaiowá é do presidente do diretório do Partido dos Trabalhadores (PT) de Rio Brilhante, José Raul das Neves Júnior.
Zeca, ao discordar da opinião de Eloy Terena, questionou o secretário-executivo por por ele “não ter” feito nenhum ato favorável a ocupação de áreas por indígenas no período que o Brasil foi chefiado por Jair Bolsonaro (2019-2022). O Correio do Estado tentou ouvir Terena, mas até a publicação deste material, ele não havia se manifestado. Caso responda sua versão será incluída.
Fonte: Correio do Estado