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Policial que estuprou mulher em sala para vítimas de violência de gênero é demitido 20 meses após crime

Policial que estuprou mulher

Decisão foi publicada no Diário Oficial de Mato Grosso do Sul. Elbeson de Oliveira foi condenado a 14 anos de prisão por ter estuprado uma presa dentro da delegacia de Sidrolândia (MS).

Por José Câmara, g1 MS

06/12/2023 15h12  Atualizado há uma hora

Delegacia Civil de Sidrolândia (MS) — Foto:  Divulgação/Polícia Civil

Delegacia Civil de Sidrolândia (MS) — Foto: Divulgação/Polícia Civil

Agora ex-investigador de polícia, Elbeson de Oliveira, de 42 anos, foi demitido da Polícia Civil nesta quarta-feira (6). Ele foi condenado por estuprar uma mulher, de 28 anos, dentro de uma sala destinada à vítimas de violência de gênero, na delegacia de Sidrolândia (MS), em abril de 2022.

A demissão de Elbeson foi publicada no Diário Oficial de Mato Grosso do Sul cerca de 20 meses após o caso. A decisão foi assinada pelo secretário de Justiça e Segurança Pública do estado, Antônio Carlos Videira.

Segundo a decisão, Elbeson usou do cargo para “fim ostensivo ou velado de obter proveito de natureza político-partidário ou de qualquer natureza, para si ou para outrem”. Para aplicar a demissão, a Sejusp também enxergou que Elbeson usou de “violência desnecessária no exercício das funções”.

Abusos

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Com exclusividade ao g1a vítima do caso relatou os abusos e traumas com os quais conviveu diariamente durante a prisão. Por segurança, a identidade da vítima foi preservada. Assista a um trecho da entrevista acima.

A vítima que teve o direito de responder ao processo por tráfico de drogas em liberdade. Depois de ter sido vítima de abuso, o juiz entendeu que a integridade física e psicológica dela não poderia ser garantida se ela continuasse encarcerada.

No dia 20 de abril de 2022, o acusado foi afastado compulsoriamente do cargo e entregou a arma, carteira funcional e teve todas as senhas de acesso ao sistema policial suspensas.

A vítima comentou que, no primeiro dia, para que saísse da cela, o investigador alegou que uma prima estava em ligação. “Quando saí da cela, ele começou a me ameaçar. Disse para eu não falar para ninguém, que eu não era daqui e que, se eu fizesse alguma coisa, ninguém ia sentir a minha falta”

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Após ser violentada, a vítima foi levada para a cela e conta que passou a noite em claro e aos prantos. Como o investigador apenas cobria plantões em Sidrolândia, a ida à delegacia era feita de dois em dois dias.

“Eu me senti a pessoa mais desprotegida do mundo. A pessoa já está em um canto onde tem que ser protegido, e isso acontece com você?”.

O crime foi denunciado por outros presos, que pediram para falar com uma delegada após saberem da série de abusos sexuais. Para ela, os detentos disseram ter escutado a vítima chorando na noite anterior, ocasião em que ela revelou ter sido abusada sexualmente pelo investigador.