A volta do ex-deputado estadual Capitão Contar (PRTB) ao Partido Liberal (PL) está mexendo com as bases do grupo próximo ao ex-governador Reinaldo Azambuja, que agora preside o PL.
Contar não esconde o desejo de ser senador e tem dado todos os passos de maneira isolada, praticamente ignorando a liderança de Reinaldo na presidência do partido. Foi assim quando se reuniu com Valdemar, que anunciou o retorno e pré-candidatura ao Senado.
Ontem, mais um episódio constrangedor, com Contar anunciando a filiação ao lado de lideranças nacionais e sem a presença de Reinaldo novamente. No primeiro episódio, Valdemar ligou só depois para Reinaldo, com objetivo de justificar o ato sem comunicar.
Medo bobo
Contar tenta manter distância do grupo liderado por Reinaldo e Eduardo Riedel (PP) porque sabe que sua base não aceita a decisão, visto que ele foi projetado com o discurso de “antissistema“.
A aproximação de Contar com o antigo grupo tucano, agora líderes do PL e PP, que foi seu principal alvo de ataques virulentos na campanha de 2022, tem gerado um curto-circuito em sua base original. Setores da direita e da extrema-direita sul-mato-grossense não digeriram o movimento, classificando a articulação como uma “rendição ao sistema” em troca de uma vaga majoritária.
Sem o apoio maciço de sua base bolsonarista raiz, que se sente traída pela aproximação com Riedel e Reinaldo, e visto com desconfiança pelo eleitorado de centro e direita moderada, Contar tornou-se um ativo político de alto risco, o que tem deixado o grupo próximo de Reinaldo e Riedel de olhos bem abertos.
Uma grande parcela acredita que Reinaldo pode dar um tiro no pé se facilitar o apoio a Contar, que não faz a menor questão de mostrar simpatia ao grupo político.
Somam-se à crise os aliados de Reinaldo e filiados ao PL que já estavam na fila para serem os candidatos ao Senado: Gerson Claro (PP), Gianni Nogueira (PL) e Nelsinho Trad (PSD). Eles também pressionam para detém aprovados e questionam possível infidelidade ao grupo.
Fonte: Investiga MS Notícias

