Falha na fiscalização expõe população ao risco de morte enquanto governo promete “monitorar situação”
O Brasil acorda com mais um escândalo de saúde pública: já são 59 casos de intoxicação por metanol registrados em diferentes regiões do país. Até agora, 12 foram confirmados em laboratório em São Paulo, enquanto Pernambuco investiga cinco casos e o Distrito Federal analisa mais um. Uma morte já foi confirmada, escancarando a gravidade da situação.
Os sintomas iniciais confundem com uma simples embriaguez: náusea, dor abdominal e tontura. Mas o perigo vem depois — visão turva, convulsões, coma e, em muitos casos, a morte.
Em resposta, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou a criação de uma “sala de situação” e a compra emergencial de 5 mil tratamentos com etanol farmacêutico, antídoto contra o metanol. O governo ainda pediu doações internacionais de medicamentos.
Mas a frase do ministro foi, no mínimo, desastrosa: “não há expectativa de explosão de casos”. Um discurso que soa mais como tentativa de acalmar a opinião pública do que um compromisso real com a prevenção.
Por trás dos números, o que salta aos olhos é a falência da fiscalização. O álcool clandestino adulterado não aparece por acaso: é resultado de omissão do Estado e da vista grossa para práticas criminosas que envenenam a população.
A crise do metanol mostra, mais uma vez, que quem paga a conta da ineficiência governamental é o povo, principalmente os mais pobres, que recorrem às bebidas baratas sem imaginar que estão ingerindo veneno.
Enquanto o governo promete “monitorar”, famílias choram perdas irreparáveis. O Brasil precisa de ação real, não de discursos confortáveis.
Fonte: Regional Notícia

