A caixa de e-mail da senadora Soraya Thronicke (Podemos) recebeu mensagens desconexas e de cunho sexual. O assunto veio a público após uma operação da Polícia Federal, para apurar crimes de perseguição e violência política de gênero praticados contra diversas mulheres, incluindo ela e uma deputada.
Como o nome do alvo da operação não foi divulgado, não é possível saber se trata-se da mesma pessoal. Todavia, a caixa de e-mail da senadora recebeu mensagem desconexa em novembro do ano passado.
“Mamãe prepara um quarto para mim morar com a senhora. Te amo muito (sic)”. Mais tarde, nova mensagem: “Mamãe não vai precisar expor na mídia que a senhora me adotou. Te amo muito (sic)”.
No outro dia, o mesmo remetente encaminhou três fotos de um órgão genital masculino, de diferentes ângulos, com nova mensagem.
“Mamãe me tira do lugar aonde eu estou. Me leva para morar com a senhora. Carlos será um amigo, quem eu amo e a senhora mãe (sic).”
No outro dia, outra mensagem: “Bom dia minha mamãe (emoji de coração). Mãe arruma um quarto para mim. Tenho que sair daqui onde estou (sic)”.
Pela rede social, Soraya questionou os seguidores sobre o que fariam se fosse uma mulher da família deles e disse que “por lá” isso acontece todos os dias. Com a frase “liberdade de expressão sim, crime, jamais”, a senadora fez um desabafo.
“Hoje veio à tona mais um caso que escancara o que muitas de nós enfrentamos em silêncio: o assédio e a violência contra as mulheres. Um stalker, que por meses enviou mensagens obscenas e ameaças para mim e para outra parlamentar, está sendo investigado e precisa ser punido pela Justiça. Fotos explícitas, palavras de cunho sexual e até ameaças, reduzindo nosso trabalho a uma visão sexualizada. Isso não é normal. Isso é crime! Não vamos aceitar que ser mulher, principalmente em espaços de poder, signifique estar exposta diariamente a esse tipo de violência. Seguimos denunciando, cobrando e exigindo justiça. Porque respeito já passou da hora. Agora, é por justiça”, postou.
O caso
A polícia cumpriu mandado de busca e apreensão em Duque de Caxias/RJ. Um dos investigados está proibido de acessar a internet, contatar as vítimas e deixar a região metropolitana do Rio de Janeiro sem autorização judicial.
A assessoria da senadora informou que não foi comunicada sobre a operação e ressaltou que ela é alvo frequente de crimes da mesma natureza, com ameaças de morte.
Fonte: Investiga MS Notícias

