animal apresenta problemas de saúde, de acordo com o boletim veterinário, incluindo desidratação e alterações renais, e será encaminhado para monitoramento e reabilitação pelo Governo Federal.
Na manhã desta sexta-feira (25/04), foi divulgado um boletim veterinário detalhando o estado de saúde de uma onça-pintada macho, de aproximadamente 9 anos e 94 quilos, capturada após um ataque fatal a um caseiro no Pantanal de Mato Grosso do Sul.
O animal, que chegou ontem ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) de Campo Grande, apresenta sinais de desidratação, além de alterações hepáticas, renais e gastrointestinais, indicando um quadro de saúde bastante debilitado.

A captura ocorreu na madrugada de quinta-feira (24/04), após a onça ser localizada e sedada para realização de exames. Ainda aguardando resultados de exames complementares, como raio-x, ultrassom e hemograma, os veterinários monitoram o animal com atenção, pois ele continua debilitado, embora esteja consciente e sem apresentar complicações adicionais na primeira noite sob cuidados no CRAS.
O animal está alojado em um recinto seguro, com grades que garantem a segurança tanto do próprio felino quanto dos profissionais envolvidos no manejo. Segundo informações do boletim, a equipe veterinária está aguardando laudos que possam esclarecer melhor o estado de saúde do animal, além de entender as possíveis causas de sua condição atual. A captura e o transporte do animal foram realizados com o máximo cuidado, considerando sua condição de saúde e o risco de estresse adicional.
Contexto do ataque e captura:
O ataque fatal ao caseiro, conhecido como Jorginho ou Jorge Ávalo, ocorreu na região de Touro Morto, em Miranda, onde ele trabalhava há cerca de 20 anos. O corpo do trabalhador foi encontrado após marcas de sangue e pedaços de carne no deck do pesqueiro, indicando um ataque de grande porte. A Polícia Militar Ambiental (PMA) confirmou que os restos mortais apontam para uma onça-pintada como responsável, uma situação que reforça a importância do monitoramento e da gestão de animais silvestres na região.
A captura da onça foi uma operação de emergência, realizada na madrugada de quinta-feira, e a equipe de profissionais conseguiu sedar o animal por volta das 3h, transportando-o até o CRAS de Campo Grande. Após a estabilização de sua saúde, o animal deverá ser encaminhado ao programa do Governo Federal de monitoramento de espécies ameaçadas, coordenado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Importância da conservação e estudos futuros:
De acordo com o secretário-executivo estadual de Meio Ambiente, Arthur Falcette, essa é uma situação atípica e inédita no Brasil, pois é a primeira vez que uma onça-pintada é capturada após um ataque a um humano sem que haja uma situação de conflito anterior. O caso despertou interesse de pesquisadores e especialistas em conservação, que pretendem estudar o comportamento do animal e as possíveis causas que levaram à agressividade, como a busca por alimento ou fatores ambientais.
A iniciativa visa não apenas garantir a reabilitação do animal, mas também aprofundar o entendimento sobre o comportamento de espécies ameaçadas de extinção, contribuindo para estratégias de manejo e preservação na natureza.
Fonte: Folha de Campo Grande
Foto: (Saul Schramm/Secom)