Aquidauana (MS) – O fortalecimento das atividades de apicultura e meliponicultura no Pantanal foi o ponto central do 10º Encontro de Apicultores e do 1º Encontro de Meliponicultores de Mato Grosso do Sul, realizados nos dias 28 e 29 de novembro de 2025, no campus da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). O evento reuniu produtores rurais, meliponicultores, estudantes, pesquisadores, gestores públicos, técnicos e representantes de diversas instituições.
Promovido pela ALESPANA, AGRAER e parceiros, o encontro teve como tema “Território dos Saberes: Encontros de Apicultores e Meliponicultores de Mato Grosso do Sul”, reforçando a importância de integrar conhecimentos científicos, tradicionais e técnicos para o desenvolvimento da cadeia produtiva do mel, especialmente no bioma pantaneiro.
Debates abordam clima, economia e conservação
Ao longo dos dois dias, os participantes discutiram desafios que têm impactado diretamente a produção apícola no estado. Entre os principais temas abordados estiveram:
- Mudanças climáticas e seus efeitos sobre floradas, oferta de alimento e comportamento das colmeias;
- Dificuldades econômicas, como custos de implementação, comercialização e acesso a mercados;
- Sanidade e genética de rainhas, fundamentais para garantir colmeias produtivas e resistentes;
- Manejo de abelhas nativas sem ferrão, reconhecidas pela qualidade do mel e importância ecológica;
- Sucessão familiar, essencial para preservar saberes tradicionais transmitidos entre gerações.
Os debates destacaram a urgência de políticas públicas que integrem conservação ambiental, inovação, assistência técnica e inclusão produtiva.
Apoio técnico e kits apícolas reforçam perspectivas de crescimento
O encontro também apresentou avanços concretos para o setor. A organização Ecoa, com apoio do Global Nature Fund (GNF), anunciou o início da pré-implementação de um programa voltado a produtores da Colônia Z18, em Anastácio. A iniciativa inclui:
- distribuição de kits apícolas,
- apoio técnico especializado,
- qualificação das estruturas de produção,
- padronização de processos e
- fortalecimento da participação dos pequenos produtores no mercado.
Além disso, a região conta com um centro de processamento de mel, apontado como elemento estratégico para impulsionar a profissionalização e aumentar a competitividade da produção local.
Integração define o futuro da atividade no Pantanal
Unindo tradição, ciência e inovação, os encontros reforçaram o protagonismo de apicultores e meliponicultores na conservação dos polinizadores e na geração de renda no Pantanal. Ao valorizar saberes locais e incentivar a cooperação entre instituições, o evento mostrou que a apicultura e a meliponicultura têm papel fundamental para o desenvolvimento sustentável das comunidades rurais sul-mato-grossenses.
Com iniciativas como a da Colônia Z18, o setor avança rumo a uma produção mais organizada, resiliente e alinhada à conservação da biodiversidade — um caminho essencial para o futuro do Pantanal.
Informações: O Pantaneiro

