“Nós não vamos parar; vamos ouvir todos os citados e levar a investigação até o fim”, prometeu Tereza Cristina (PP-MS), que integra a CPMI.
A CPMI do INSS ouviu nesta quinta-feira o ex-ministro do Trabalho e da Previdência Onyx Lorenzoni, que confirmou ter recebido R$ 60 mil do empresário Felipe Macedo Gomes para sua campanha ao governo do Rio Grande do Sul em 2022. Ele negou qualquer relação indevida com o empresário durante o período em que foi ministro.
“Nunca pedi dinheiro para bandido”, afirmou Onyx, destacando que suas contas eleitorais foram aprovadas.
A comissão, presidida pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG) e relatada pelo deputado Alfredo Gaspar (União-AL), decidiu ouvir todos os ex-ministros da Previdência e ex-diretores do INSS desde 2015.
Na mesma semana, o presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), Abraão Lincoln Ferreira, foi preso em flagrante por falso testemunho após depor à CPMI.
A senadora Tereza Cristina (PP-MS), integrante da comissão, afirmou que o colegiado seguirá com as investigações “até o fim” e que todos os citados serão ouvidos.
Próximos depoimentos
A última reunião da CPMI está marcada para 4 de dezembro, e pelo menos oito novos depoimentos foram agendados.
Na segunda-feira (10/11), será ouvido Igor Dias Delecrode, ex-presidente da Associação de Amparo Social ao Aposentado e Pensionista (Aasap), investigado por movimentações irregulares de recursos obtidos via descontos indevidos.
Outros depoimentos confirmados incluem:
13/11 – André Paulo Felix Fidelis, ex-diretor do INSS;
17/11 – Jucimar Fonseca da Silva, ex-coordenador de Benefícios;
18/11 – Cecília Rodrigues Mota, apontada como presidente de fachada de associações;
24/11 – Danilo Berndt Trento e Vinícius Ramos da Cruz, ligados a fraudes em aposentadorias;
27/11 – Mauro Palombo Concílio, contador de empresas suspeitas;
1º/12 – Wolney Queiroz, ministro da Previdência;
4/12 – Aristides Veras dos Santos, presidente da Contag.
Prisões e quebras de sigilo
A CPMI aprovou pedidos de prisão preventiva contra quatro pessoas: o economista Rubens Oliveira Costa, o empresário Felipe Macedo Gomes, o dirigente do Instituto Terra e Trabalho (ITT) Vinícius Ramos da Cruz, e Silas da Costa Vaz, secretário da Conafer.
A comissão também autorizou a retenção de passaportes e o envio de 130 relatórios financeiros do Coaf, com dados bancários e fiscais dos investigados.
Outras frentes de apuração
O colegiado ainda solicitará à Controladoria-Geral da União (CGU) informações sobre acordos de crédito consignado firmados entre bancos e o INSS.
Segundo o presidente Carlos Viana, a CPMI entra agora na fase de identificar o núcleo político das fraudes.
“Já temos o núcleo criminoso operativo. Agora queremos saber quem deu sustentação política para que essas pessoas roubassem os aposentados”, afirmou.
Fonte: Amaral Informa

