Foi realizada nesta terça-feira (21), uma audiência pública em Corumbá que reforçou a relevância da reativação da Malha Oeste, ferrovia estratégica para a logística nacional e a integração do Centro-Oeste ao Sudeste, com potencial de conexão à Rota Bioceânica. O evento foi realizado no Plenário Dr. Léo de Medeiros Guimarães, na Câmara Municipal, e reuniu autoridades, lideranças políticas, representantes do setor produtivo e da sociedade civil.
A audiência foi proposta pelo vereador Roberto Façanha, que destacou a importância de manter o debate público sobre a renovação da concessão e modernização da ferrovia, buscando colher sugestões, críticas e demandas locais. Segundo ele, “a reativação da Malha Oeste é essencial para reduzir custos logísticos, gerar empregos e impulsionar o desenvolvimento regional e nacional”.
Nos últimos três meses, esta foi a terceira audiência pública sobre o tema, com o lema “MS de novo nos trilhos”. As duas anteriores foram realizadas em Campo Grande e Mairinque (SP), e uma quarta está marcada para 31 de outubro em Bauru (SP). A ferrovia, que liga Mairinque e Bauru até Corumbá — na fronteira com a Bolívia —, possui 1.973 quilômetros de extensão e é considerada vital para o escoamento de minérios, grãos e combustíveis.
Façanha ressaltou que o processo tem permitido ampla participação popular e institucional:
“Essas audiências estão dando voz às Prefeituras, Câmaras Municipais e entidades civis para que contribuam com sugestões e apontem as demandas locais, desde impactos ambientais até oportunidades de geração de empregos e integração econômica com países vizinhos.”
Impactos e benefícios da reativação
A reativação da Malha Oeste é considerada fundamental para reduzir em até 30% os custos logísticos no transporte de cargas do Centro-Oeste. Além disso, deve fortalecer o Corredor Bioceânico, gerar mais de 40 mil empregos diretos e indiretos e contribuir para a diminuição das emissões de CO₂, substituindo parte do transporte rodoviário pelo ferroviário.
Com a posição estratégica de Corumbá, a ferrovia se tornará porta de entrada para a Bolívia, consolidando um eixo logístico entre o Porto de Santos (SP) e os portos de Ilo (Peru) e Arica (Chile), criando um corredor comercial entre o Atlântico e o Pacífico. O projeto deve fortalecer as exportações brasileiras de minério, soja e milho, além de ampliar a integração entre América do Sul, Ásia e Europa.
Histórico e investimentos
A Ferrovia Novoeste S.A. recebeu a concessão da Malha Oeste em 1996, e desde 2015, a operação está sob controle da Rumo Logística, que administra também outras malhas ferroviárias no país. Atualmente, a concessão está em processo de relicitação, uma vez que o contrato termina em 2026.
O governo federal estima investimentos de cerca de R$ 15 bilhões na modernização dos trilhos, terminais e oficinas, além da aquisição de novos equipamentos. O projeto é tratado como uma das principais iniciativas logísticas do país para os próximos anos.
Com o engajamento de autoridades locais e nacionais, a reativação da Malha Oeste simboliza um passo decisivo para recolocar Mato Grosso do Sul e o Brasil “nos trilhos” do desenvolvimento sustentável e competitivo.
Fonte: Gazeta Trabalhista
Foto: Chico Ribeiro / Portal do MS
