Ideia de eleger Edson Giroto pelo Partido Liberal apareceu como prioridade pedida pelo próprio Valdemar da Costa Neto ao ex-governador Reinaldo Azambuja
Passadas poucas semanas desde que mostrou interesse em voltar concorrer a cargos públicos, graças à absolvição recente em uma das ações judiciais da Operação Lama Asfáltica, o ex-deputado Edson Giroto voltou a ficar inelegível após anunciar a até então possível pré-candidatura.
A ideia de eleger Edson Giroto pelo Partido Liberal – como bem acompanhou o Correio do Estado -, apareceu como prioridade pedida pelo próprio Valdemar da Costa Neto ao ex-governador Reinaldo Azambuja.
Membro antigo no quadro da sigla, desde quando ainda se chama Partido da República (PR), Edson assume que Valdemar é “mais que um amigo”, sendo o presidente do PL o responsável por indicar Giroto ao cargo de secretario executivo substituto no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em 2015.
Apesar do planos mirando 2026, porém, a decisão favorável obtida no âmbito da Operação Lama Asfáltica por meio da 31ª Promotoria de Justiça rendeu uma condenação que, entre outros pontos, garante a suspensão dos direitos políticios de Edson Giroto por uma década.
Entenda
Como bem esclarece o Ministério Público de Mato Grosso do Sul em nota, a ação civil público por ato de improbidade administrativa envolve desde uma construtora até empresários, engenheiros e agentes públicos, “em razão da inexecução da obra da rodovia MS-228, em Corumbá”.
Assinada pelo Juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, a decisão condena o grupo a devolver mais de R$ 8,8 milhões aos cofres públicos, conforme cálculos atualizados para correção monetária e juros graças ao esquema de fraude em obra pública.
Segundo consta na ação proposta pelo Promotor de Justiça Humberto Lapa Ferri, dos 42 quilômetros contratados na obra da MS-228 apenas 27,7 km foram concluídos, com a empresa recebendo quase oito milhões de reais e desviando aproximadamente R$3 mi.
Entre eles, a ação aponta para possível “esquema de tráfico de influência e fabricação de medições de serviços, com envolvimento de agentes políticos e privados em prejuízo ao interesse público”, frisa o MP em nota.
Condenações
Ex-secretáro de Obras Públicas de Mato Grosso do Sul, nos mandatos do governador André Puccinelli de 2007 a 2010 e novamente no cargo entre 2013 e 2014, além de cumprir suspensão dos direitos políticos por 10 anos, Edson Giroto foi condenado a:
Ressarcir R$ 305,9 mil aos cofres públicos;
Pagar indenização de R$ 100 mil por danos morais coletivos
Perda do cargo público
Proibição de contratar com o poder público pelo mesmo período
Além dele, entre os condenados aparecem engenheiros e um ex-chefe de obras da Agesul, que além dos direitos políticos suspensos, teve a perda do cargo público e da aposentadoria. Juntos deverão realizar o ressarcimento e pagamento de indenização no valor de R$ 1.167.600,00.
Fonte: Correio do Estado

