O Jornalista Renan Lopes Gonzaga, de 36 anos, jornalista e assessor de imprensa, foi preso em flagrante em Campo Grande na segunda-feira, 1º de setembro de 2025. Ele é suspeito de estupro de vulnerável contra um menino de 11 anos. O caso veio à tona após o desaparecimento do menor, que foi localizado pela mãe e, então, relatou o abuso sofrido em sua casa. Essa versão dos fatos foi confirmada por uma investigação do Campo Grande News.
O jornalista negou as acusações em seu depoimento. Alegou que os adolescentes voltaram espontaneamente ao seu apartamento e pediu que pudessem dormir lá, afirmando que, durante a madrugada, lavou roupas, cozinhou e serviu comida. Afirmou também que os garotos jogaram videogame, mas garantiu que não houve consumo de bebidas alcoólicas.
Ainda de acordo com o depoimento, por volta das 2h da manhã, ele teria inclusive oferecido um carro de aplicativo para que retornassem para casa, mas os menores se recusaram. Já no dia seguinte, ao saber que um deles estava sendo procurado, providenciou o transporte para que fossem embora.
A apuração policial indica que Renan atraía adolescentes para seu apartamento com diversos atrativos — comida, bebidas, jogos eletrônicos e acesso à piscina — e que, nesse ambiente, praticava os abusos.
A investigação segue em andamento, tendo a polícia apreendido notebooks, tablets, celulares e câmeras de vigilância, todos encaminhados para perícia. Há indícios de que outros adolescentes também frequentavam o local, e novas vítimas estão sendo identificadas.
A prisão em flagrante foi convertida para preventiva, a critério da autoridade policial responsável, embora ainda não tenha sido registrado o andamento de audiência de custódia.
Análise do contexto
Retrato do suspeito:
Renan Lopes Gonzaga tinha, até o momento, uma reputação pública por seu trabalho jornalístico e como assessor de imprensa. A prisão rompe brutalmente esse contexto profissional.
Padrão de abordagem:
O uso de jogos, comida, bebida e piscina para atrair menores demonstra um comportamento predatório calculado. Esses elementos caracterizam um padrão típico de abuso de confiança e vulnerabilidade.
Evidências materiais:
A quantidade de dispositivos apreendidos — notebooks, tablets, celulares, câmeras — sugere que o suspeito poderia ter mantido registros dos encontros, elemento que pode intensificar a investigação.
Abusos em contexto urbano:
Casos envolvendo figuras conhecidas em pequenos círculos sociais podem ser ainda mais complexos, pois pessoas próximas muitas vezes não imaginam abusos praticados por quem aparenta ser confiável.
Procedimentos judiciais:
A solicitação de prisão preventiva, ainda sem audiência de custódia registrada, indica que as autoridades reconhecem a gravidade do caso e buscam resguardar o processo.
Fundamentação legal (no Brasil)
O crime de estupro de vulnerável (art. 217-A do Código Penal) prevê pena de 8 a 20 anos, aplicada a quem pratica atos libidinosos ou conotações sexuais com menores de 14 anos — ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não ofereçam resistência — com agravantes caso a vítima sofra consequentes abusos físicos ou psicológicos.A prisão preventiva pode ser decretada quando há indício de autoria e materialidade, e se houver risco ao andamento do processo, como possibilidade de fuga, destruição de provas ou reiteração criminosa.A audiência de custódia é obrigatória, conforme o art. 306 do Código de Processo Penal, e deve ocorrer em até 24 horas após a prisão em flagrante. Se ainda não foi registrada, isso constitui atraso processual que pode ser questionado juridicamente.
Fonte: Morena News

