A senadora Simone Tebet (MDB-MS), nome de destaque na política nacional e ex-candidata à Presidência da República, enfrentou um revés inesperado em sua própria base.
Apesar de seu histórico político consolidado e de ser filha do ex-senador Ramez Tebet, um dos ícones do MDB sul-mato-grossense, Simone viu sua tentativa de disputar novamente o Senado ser barrada por uma decisão interna do partido no Estado.
O responsável pelo veto foi ninguém menos que o ex-governador e ex-prefeito de Campo Grande, André Puccinelli, que ainda exerce forte influência sobre os rumos do MDB em Mato Grosso do Sul.
Segundo interlocutores próximos, Puccinelli não teria digerido bem a aproximação de Simone com o governo Lula (PT), especialmente após sua atuação como ministra do Planejamento e figura-chave na campanha presidencial de 2022, quando declarou apoio ao petista no segundo turno.
Para Puccinelli, o MDB deve se manter no chamado “centro democrático”, evitando alianças com extremos ideológicos – seja à esquerda ou à direita. Nesse cenário, a candidatura de Simone Tebet, vista como atrelada demais ao atual governo federal, se tornou inviável dentro da lógica interna do partido estadual.
A decisão de Puccinelli joga luz sobre uma disputa silenciosa por protagonismo dentro do MDB sul-mato-grossense.
Enquanto Simone tenta projetar uma imagem de liderança nacional moderada e técnica, Puccinelli reforça seu controle sobre a máquina partidária local, buscando nomes que caminhem em sintonia com sua visão centrista, distante de polarizações.
Com o veto confirmado, resta saber qual será o próximo movimento de Simone: recuar estrategicamente, buscar outra legenda ou tentar uma articulação nacional para reverter o cenário. Por ora, a palavra final de Puccinelli pesa mais do que qualquer outro argumento no comando estadual do MDB.
Rosa Vasconcelos, Planews

