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Onça que teria devorado caseiro vai para ambiente controlado em SP

A onça-pintada capturada no final de abril no Pantanal sul-mato-grossense, dias após um caseiro de 60 anos ter morrido na mesma região após ser atacado por uma onça, foi transferida ontem do CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), no Mato Grosso do Sul, para um mantenedor de fauna silvestre no interior de São Paulo. Ainda não há confirmação de ser o mesmo animal que atacou o caseiro.

O que aconteceu?
O animal, um macho que foi capturado pesando 94 kg, permaneceu três semanas no CRAS. No período, a onça teve um ganho de 13 kg, passando a pesar 107 kg. Durante o período no CRAS, a onça-pintada, com idade estimada em 9 anos, além de ganhar peso, também foi acompanhada diariamente pelos veterinários, passando por exames como raio-x, ultrassom e hemograma. A estimativa é que, em condições normais, a onça pese em torno de 120 kg.

“Demos um suporte principalmente nutricional e de hidratação, porque o animal chegou desidratado, com baixo peso. Os primeiros exames apresentaram algumas alterações que eram agudas, mas que, ao longo do período, foram se tornando estáveis”- (Aline Duarte, veterinária e coordenadora do CRAS).

O mantenedor de fauna que recebeu a onça fica no Instituto Ampara Animal, em Amparo (SP), e já cuida de oito onças (cinco pintadas e três pardas). O local abriga animais silvestres, especialmente aqueles que não podem ser soltos por terem sido vítimas de interferência humana ou por outras razões, e, por isso, são mantidos em um ambiente controlado.

O animal ficará em um local que não tem qualquer tipo de visitação. O foco é no bem-estar e na qualidade de vida dos animais, segundo o veterinário e responsável técnico da área de animais silvestres do instituto, Jorge Salomão. “Os nossos recintos são todos muito grandes, com grotões de mata nativa, cercados. São o mais próximo possível do que o animal encontraria em vida livre.”

Caseiro atacado
A onça foi capturada em 24 de abril, três dias após um caseiro de 60 anos morrer ao ser atacado por uma onça-pintada em uma propriedade rural de Aquidauana (MS). O animal expeliu fragmentos ósseos e cabelos “possivelmente humanos” após ter sido capturado. Apesar disso, ainda não há confirmação de que ela é a onça que atacou o caseiro, e análises solicitadas pela Polícia Civil poderão indicar se os materiais são de origem humana e se pertenciam à vítima.

O homem foi atacado próximo a um pesqueiro, dentro dada propriedade onde trabalhava como caseiro da área de pesca. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram marcas de sangue vistas por moradores no local, conhecido como Pesqueiro Touro Morto, no Pantanal, às margens do Rio Miranda.

Caseiro aparentemente foi vítima de ataque predatório, diz biólogo. Segundo Tiago Leite, coordenador técnico do Instituto Profauna e biólogo especialista em Ecologia e Monitoramento Ambiental, incluindo de felinos, já existe um consenso entre os pesquisadores que acompanham o caso de que o corpo da vítima serviu de alimento ao animal.

Fonte: UOL