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Rota do tráfico: Antes de chegar a destino, droga passa por mais de 10 cidades de MS, incluindo Campo Grande

A localização geográfica de Mato Grosso do Sul, assim como a fronteira seca com dois países, contribui para que o Estado seja rota do tráfico e alvo de criminosos quando o assunto se trata de transporte de entorpecentes. Isso porque o país vizinho, Paraguai, é o maior produtor de maconha e a Bolívia, de cocaína.

Prova disso é o número de apreensões de drogas. Segundo dados da Sejusp-MS (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul), só este ano já foram apreendidas quatro toneladas e meia de cocaína e mais de 63 toneladas de maconha no Estado.

Responsável pelas rodovias federais – principal meio de escoamento das drogas – a PRF (Polícia Rodoviária Federal) explica que cinco das sete rodovias federais que cortam Mato Grosso do Sul são as mais escolhidas pelos criminosos. São elas: BR-163, que corta o Estado de norte a sul; BR-262; BR-267; BR-060; e BR-463.

Assim, entre o país vizinho e a Capital, onde fica o maior entreposto do Estado, pelas rodovias, a rota do tráfico envolve pelo menos 12 cidades, entre elas, Ponta Porã, Corumbá, Anastácio, Aquidauana, Sidrolândia, Maracaju, Miranda, Dourados, Rio Brilhante, Nova Alvorada do Sul, Terenos e Bodoquena.

Chefe de Serviços de Operação substituto da PRF MS, José Antônio Fagundes afirma que os criminosos até tentam burlar as fiscalizações. Porém, mesmo que peguem rotas alternativas como as estradas vicinais, sempre acabam retornando para as BRs. “Mais cedo ou mais tarde caem em rodovias e a gente também está atento às rotas de desvios que eles fazem para tentar fazer as apreensões”, explica.

A droga normalmente sai dos países vizinhos, entrando por Ponta Porã, fronteira com Paraguai, e Corumbá, fronteira com Bolívia. Assim, seguem na sua maioria para Campo Grande, onde ficam em entrepostos, ou seja, lugares destinados a guardar a droga. Isso até que seja novamente redirecionada ao destino final, que são outros estados do Brasil.

Segundo Fagundes, de MS a droga normalmente segue para os grandes centros das regiões sul e sudeste do país Mas há também rotas para Goiás e Minas Gerais e de lá são novamente distribuídas.

Por ser rota do tráfico, o Estado é sempre campeão no ranking de apreensões de drogas do país, principalmente maconha. Dados da Sejusp mostram que a maconha, por exemplo, sempre termina os anos com centenas de toneladas apreendidas. 

Conforme a PRF, o aumento no efetivo desde 2020 de quase 250 policiais reforçou a fiscalização na fronteira, principalmente em Corumbá, Dourados e Ponta Porã, principais pontos da rota do tráfico. “Estamos na linha de frente de onde vêm os ilícitos”, disse.

Fonte: Midiamax